segunda-feira, 20 de agosto de 2007

De Bragança a Almeida (24/06/2007)


Com o cansaço acumulado eu e o meu primo Paulo, vindos do Encontro Ibérico CBF no Lago de Sanabria, Zamora (Espanha), decidimos pernoitar em Bragança ( Hotel Ibis ( 35€) que dispõe de parque subterrâneo +3€) , enquanto o resto do grupo seguiu pelo IP4 em direcção a Lamego. Após o banho, passeio pelas ruas de bragantinas, jantar em resturante da cidade e visita aos bares. A deita, como calcularão, foi tardia. Nem por isso dormimos grande coisa ( o sistema nervoso detecta um local estranho e antes da habituação não se consegue dormir adequadamente ).Na manhã seguinte, antes das 8.00H deixámos o hotel e após pequeno almoço num café na zona central da cidade,rumámos para uma visita à zona histórica ( CASTELO E ZONA CIRCUNDANTE ). O Castelo, encantado na sua beleza e história, tem lendas de amores e de princesas prisioneiras. Tem histórias de guerras e a histórias dos séculos que se inicia no neolítico ! Brigância, o castro que lhe deu origem foi construído em local de boa defesa.Ainda não tinham tocado as nove badaladas, já as motas se encontravam frente à fortaleza de antanho. Esperámos. Os primeiros a chegar foram precisamente os funcionários. Entrámos para a visita, em cujo interior se vê um belíssimo museu militar, que deve ser ponto obrigatório de visita para qualquer turista que rume por estejas paragens. No nível do r/c há uma exposição de peças de artilharia da II Guerra Mundial e na Torre de Menagem, com vários pisos, existe uma exposição de armas ligeiras ( desde espadas, sabres, pistolas, revolveres, metralhadoras, carabinas etc.), de instrumentos do neolítico até à AK-47 (Kalachnikov) , munições, uniformes, quadros, etc. Absolutamente imperdível e tudo muito belo ( em boa hora resolvemos ficar ).
Eram para aí umas 11.00H quando partimos então rumo a Miranda do Douro, com passagem por Vimioso. Até lá foi de admirar a imensa e imponente paisagem do Nordeste Transmontano, de terras férteis e cerejeiras.Miranda do Douro fica na margem direita do rio Douro. (Beni-mos a ber... aspramos por bós an Miranda del Douro! ) Por aqui se fala o famoso dialecto mirandês.Estacionámos as motas numa sombra, ao lado do Castelo. Depois, começamos o nosso passeio, sob um sol tórrido e próximo da hora do almoço com a barriga a dar horas. Da antiga fortificação, que cercava o núcleo antigo da cidade, pouco mais resta para ver que as suas ruínas. Do castelo, porém, desfruta-se duma excelente vista sobre o Douro. Seguidamente, percorremos o centro histórico, com a sua calçada em pedra. Aí regalámos as vistas com um interessante conjunto arquitectónico do século XV, formado por casas de granito lavrado com relevos florais. Mas o ex libris da cidade é, naturalmente, a antiga Sé. A atribuição do título de cidade a Miranda remonta a 1545, no reinado de D. João III, altura em que se tornou também sede episcopal. Por trás da igreja, vimos as ruínas do Paço Episcopal.Havia missa na antiga Sé e, por isso, não entrámos, para apreciar o famoso retábulo da capela-mor com esculturas em madeira e o órgão, bem como o curioso Menino Jesus da Cartolinha, peça única da iconografia cristã. O Museu da Terra de Miranda, instalado num edifício do século XVII, que oferece um olhar sobre a etnografia mirandesa e sobre a casa tradicional, o artesanato e o vestuário, também ficou de fora. Almoçámos num restaurante na zona histórica que, infelizmente, foi a pior escolha possível e não se recomenda ( há muito por escolher mas depois é que se pervebe a comida está congelada e reaquecem )Após o mau repasto, seguimos a nossa longa rota, atravessando o país do nordeste até Almeida, passando por Mogadouro, Freixo-de-Espada- à -Cinta, Barca D’Alva, Figueira do Castelo Rodrigo e Almeida, tudo numa virada e numa só tarde. O ponto digno de toda esta rota e que deve ser enaltecido é sem dúvida, a paisagem esplêndida propiciada por toda a zona do PARQUE NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL, sendo as estradas de asfalto de bom piso, com imensas curvas tão agradáveis de fazer … ( Nota informativa: o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) foi criado através do Decreto Regulamentar 8/98 de 11 de Maio com o objectivo de conservar o património natural promovendo ao mesmo tempo a melhoria da qualidade de vida das populações locais em harmonia com a conservação da natureza.O PNDI, ocupa uma área de 85 150 há e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro (numa extensão de cerca de 1222 Km), incluindo o seu vale e superfícies planálticas confinantes, e prolonga-se para sul através do vale do Rio Águeda. Está localizado nas regiões de Trás-os-Montes e Alto-Douro e da Beira Alta, abrangendo os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, e Figueira de Castelo Rodrigo no distrito da Guarda. )Sendo tarde quando chegámos a Figueira do Castelo Rodrigo, fizemos apenas uma breve paragem no centro, passámos por algumas ruas e abastecemos as motas para ainda chegar de dia a Almeida. A surpresa é que a estrada tem um traçado recto a condizer !Em Almeida entrámos na fortaleza ( parte histórica ). Na primeira paragem, acusávamos um cansaço enorme e, foi então que o meu primo se deitou em cima duma pedra, para logo adormecer. Agora já nem estranhou a cama !!! Sobreviveu, mas ainda estávamos a cerca de 200 Kms de casa e o objectivo era apanhar a A25 que não passa muito longe.Bom lá acabámos por visitar a Fortaleza, o Picadeiro Real e passeámos a pé pelas ruas. Tudo tradicional, histórico e bem conservado. Havia uma feira do bacalhau e aproveitámos para reconfortar o estômago, antes de nos fazermos á estrada.O vento apertava e resfriava o fim do dia, tivemos que vestir o equipamento de inverno, que felizmente também tínhamos levado para Sanabria.Bom já a anoitecer, fizemos então a viagem relâmpago agora pela A25 ( antigo IP5) até Viseu e, daqui, até Coimbra, pelo IP3.Correu tudo bem, muito cansaço à mistura é certo, mas mereceu a pena. Foi um passeio moto turístico grandioso ( ***** estrelas ), conseguimos num só dia percorrer metade do país por uma zona interior/fronteiriça muito bela e digna de ser vista.Altamente recomendado.

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